Corpus
El grito por Jose Ignacio Prieto de Pico.
A argila
Carne que perambula
Vermes – e alma –
Só tornará calma
Se argila tornar Ser
O barro não morre o corpo
Sedento de espírito vira anti-corpo!
E quando a morte se dera
Na alma do corpo que se fizera
Verás desta vida apenas quimera
Santificada seja a morte que me retorna à vida da terra!
Somente lá estarei concluído
Somente lá jamais serei vencido
Somente lá terei a paz sem guerra
João Batista do Lago
Heroínas
Cassandra
Já fui Ceci
envolta em plumas e penas.
O sonho de Peri.
Vivi delicias plenas
e suplícios,
transvertida em Lúcia.
Lucíola e seus
vícios.
Ressaca tomou-me os olhos
de Capitu.
Nadei em ondas revoltas.
Iracema de Caramuru.
Cabelos negros asa de graúna,
lábios de mel.
Nos confins do pampa.
Coxilha e céu.
Fui Ana Terra.
Fui Bibiana,
e no sertão Tereza.
Sempre Tereza...
Cansada de Guerra.
Sônia (Anja Azul)
Perdidos e achados num convés
Así será por Maria Eugenia Sampaoli
Hei fantasma não quero mais brincar
Que graça tem brincar de fantasma?
Vento morno, esconde-esconde,
Quando minha vontade é de voar
Voar sete saias de alma
E sentir o coração disparar
Larguei esse baú no fundo das águas
Cansei desse baile de máscaras,
Dessa música de fundo, fundo de mar,
Das mil e uma cartas sem respostas,
E desse seu, apenas, conjugar de verbos
levo na mão a palma
-metade de um mapa-
Carrego o vento nos cabelos,
O olhar enigmático das fadas,
E pra semear, o amor entre os dedos
Trago as asas de um sonho que brotou nas minhas costas,
As flores de março, quadris da floresta,
Cravejado no coração da mata,
E do acaso as longas pernas
Abigail Brasil
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