Joao
Batista do Lago
Coleóptero
© DE João Batista do Lago
Vasto-me de indivíduos-inseto
Desde a planície ao planalto
Vago em vôos rasantes
Perscrutando a presa fácil
Que me servirá de covil
Onde nem veredas mais há
Neste deserto que um dia foi floresta
- floresta de pau-brasil!
Vasto-me, assim, Coleóptero!
Voando com asas de estojo
Entre as éticas e as virtudes
Enfim, é preciso esconder o nojo
Que de mim fede como joaninha
Perfume de colarinhos brancos
Já encardidos pelas roubalheiras
- desta floresta jaz uma nação inteira
E de tantos indivíduos-inseto
Vasto-me não-conspícuo
Na inclareza das identidades
Sem ter por certo a pureza de formar
Desde a planície ao planalto
Uma nesga firme de caráter
Que me revele sujeito capaz de ter
- desta floresta! - toda virtude; todo poder!
O SUJEITO ÁPORO
© DE João Batista do Lago
Cava dentro em mim
O inseto amargurado
Solitário em sua dor
Cava… e cava… e cava...
Cava silenciosamente
Desesperadamente só
Cava sem lamento (e)
Tudo que encontra: pó
Só ele vê as crateras
Onde reside o pus (do)
Ser: verme em vulcão
Humano: danado cão
Pois mesmo escavado
Não se dá por vencido
Assim convencido
Gera-se deus-inseto-cão
Metamorfoseia-se:
Orquídico em Fénix
Surgente das cinzas
Vê-se sujeito presente
- Inseto agora ausente –
Voltado das cavernas
Pretende ser gente (e)
Plantar orquídea à mente
biografia:
http://joaopoetadobrasil.wordpress.com
brasilbrasileiro58@yahoo.com.br
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